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“Ai de ti, Barreiras”, por Fernando Machado

Texto publicado originalmente em 27 de janeiro de 2016
Barreiras, como qualquer outro médio centro urbano brasileiro que cresceu desordenadamente, tem problemas diversos; dos serviços públicos de saúde ao transporte, da educação às áreas de lazer, da infraestrutura ao saneamento básico, do uso do solo ao tratamento do lixo.
Apesar da mudança no cenário econômico local nos últimos 20 anos com a substituição da agricultura de existência – o termo é este – para agricultura comercial que, consequentemente, resultou no acréscimo de recursos nas contas públicas, Barreiras foi violentada, embrutecida e desumanizada.
Não é minha intenção com este texto identificar erros, como também não tenho a pretensão de estabelecer soluções, tampouco encontrar culpados. Quero tão somente chamar atenção para uma questão específica: a função social e econômica da prefeitura de Barreiras enquanto promotora de eventos.

Numa cuidadosa pesquisa no Portal da Transparência referente aos gastos públicos da municipalidade com festas nos últimos 5 anos, encontrei o valor de R$ 70 milhões. Isso mesmo…  Barreiras tem torrado em média 14 milhões de reais por ano com todos os tipos de comemorações. Um dos dados que assustam, entre todos os outros, é o ‘investimento’ em fogos, cerca de R$ 1 milhão.
Pois bem, se por um lado as sucessivas gestões municipais falam da falta de recursos para investimento e, na maioria das vezes justificam isso alegando o endividamento da máquina pública, estas mesmas gastam cerca de 10% deste orçamento com a promoção de eventos.  É bom fazer festa? Sim. É bom comemorar? Sim. Mas, você convida os amigos para brindar na sua casa com ela desarrumada?
Há anos, a cada véspera de carnaval e exposição agropecuária, a população do município debruça-se no debate sobre as duas mais importantes datas do calendário de eventos de Barreiras. Pelas discussões, não é preciso estudo científico para entender que ambas já não agradam mais. Mas é possível melhorar? É sim, inclusive gastando menos – nos últimos 5 anos a prefeitura queimou R$ 50 milhões com o carnaval e a exposição.
A criação do município de Luís Eduardo Magalhães fez com que Barreiras perdesse o protagonismo regional no tocante à agricultura comercial. Desde a primeira edição do Agrishow (hoje Bahia Farm Show), no município vizinho, a exposição agropecuária de Barreiras tem sido esvaziada. A municipalidade, em conjunto com setores da economia local e a sociedade civil organizada, precisam repensar o evento.
Em 1997, quando o carnaval fora deslocado do Centro Histórico para o Centro Comercial, a festa ganhou outra face; deixou de ser um evento cultural e se tornou um negócio, sobretudo por conta dos novíssimos blocos carnavalescos e a grandiosa estrutura metálica. Passado todo esse tempo, nossa maior festa precisa novamente se reinventar. Já não dá mais para copiar o modelo de Salvador. Barreiras tem de ter o seu próprio carnaval!
Por fim, a população da ainda – e por enquanto – maior cidade da região Oeste da Bahia precisa dizer o que quer, estabelecer quais as suas prioridades, para definir claramente como será o futuro. Será que Barreiras não pode ser conhecida, além de suas festas, como um bom lugar para se viver?

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