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Nobre homenagem: Amigos, vejam que poema lindo, feito por Clerbet Luiz que homenageia Nezinho que faz parte da história de Barreiras e das ricas memórias de muitos Barreirenses!

O SINEIRO NEZINHO
Entre cordas e bandeirolas
entre pombos e domingos de ramos
o sineiro Nezinho cantarola.
Sem querer ou mesmo querendo
enquanto dobra o dobre do sino,
ele se redobra em cânticos e cordas
e oferece-nos oferendas
oferece-nos a face alegre
do seu oficio e suas prendas:
“Beeeedito louvado seeeeja
o glorioooooso São João...”
Por quem dobras os sinos, Nezinho?
Como quem soca um pilão,
como quem solta pipa,
como quem iça com corda e balde
água funda de um poço,
como quem puxa pra si mesmo
luz clara para o seu entorno,
como quem amassa o pão
do sino nosso de cada dia,
o sineiro Nezinho estica
com o punho da mão em calo
a corda que aciona o badalo.
Dos seus músculo em fibras
do seu muque de canoeiro
é que a corda estica e vibra
o sino, signo, sinal da cidade Barreiras.

Quem é o sineiro Nezinho?
Maestro que rege a valsa dos sinos?
Mestre-sala ao redor do mastro do divino?
Menino, me diga quem eras?
mendigo de nunca, de necas
mesmo que sempre estejas
na mesma porta de igreja
Menino, me diga quem eras?
janeiros passaram depressa?
com pressa foram fevereiros?
outonos caíram da torre?
fugiram suas primaveras
por entre quitais e janelas?
Na palma da mão de Nezinho
as linhas de sua sina, de sisal
se entrelaçaram e teceram
as cordas que de sua mão não sai,
e se entrelaçam mais ainda nele
como se o ancorassem num porto,
pátio seguro da catedral.
Sem laço e sem amarras,
sem nó de marinheiro
o homem-menino sineiro
dando corda ao seu brinquedo.
Com os pés plantados no chão,
com a corda presa nas mãos,
o joelho raspando o cimento dos degraus
(voo rasante de andorinha à flor d´água do rio Grande),
na tensão da musculatura,
ele nos ensina a alcançar as alturas,
nos ensina a ser trapezista
no chão do nosso presépio
(e sem rede de proteção
para o risco da queda);
nos ensina a ser alpinistas
escalando mil paredões,
nos ensina a ser equilibristas
entre o sim, o talvez e o não.
Alegria espalhada no rosto;
espantalho plantado por dentro
contra os pássaros do mau agouro;
salão da alma em festa,
palma da mão crespa,
sinal de cinza na testa,
alma lavada nas confissões.
Ele pensando alto na torre
pensando alto, mais alto ainda
até que lhe escapa da boca:
“Hosana nas alturas”.
O sino no alpendre do campanário
pende prum lado, pende pro outro
o sino oscila em seu badalo,
balança de boca pra baixo,
ao toque, repique e ao dobre
Só o que sobra é sua obra, sineiro.
Por quem dobras os sinos, Nezinho?
Por via das dúvidas,
lança e guarda as cordas
por cima da porta da igreja.
Porta fechada,
sino de boca pra baixo;
Nezinho recolhido em si mesmo
Dever cumprido.
Clerbet Luiz

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