O corpo do menino Israel Cauã Cruz dos Santos, de 2 anos, morto dentro de um táxi no bairro de Castelo Branco, em Salvador, foi enterrado por volta das 15h desta quinta-feira (30), no Cemitério Municipal de Pirajá.
O garoto estava com os pais, a estudante Wêneda da
Paixão Cruz, 19 anos, e o pai Jorge Luiz Batista dos Santos Filho, o
Fuinha, 23, na noite de terça-feira (28), quando o táxi em que eles
estavam foi abordado por um carro preto do qual saíram dois homens
armados.
A dupla atirou mais de 20 vezes contra o táxi. Pai,
mãe e filho foram atingidos. Israel já chegou sem vida ao Hospital do
Subúrbio.
“Foram, no mínimo, 20 tiros. Ouvi uma rajada, depois
outra. Quando saí, a mãe estava estirada no chão, pedindo que
socorressem o filho”, afirmou uma moradora do local, sob anonimato.
De nada adiantou o pedido da mãe. Cauã, que foi
atingido por pelo menos 8 disparos em várias partes do corpo, morreu
instantes depois de ser baleado, ainda dentro do táxi.
Wêneda, atingida por um disparo no abdômen, e
Fuinha, que foi baleado no tórax, no dorso, na coxa e no abdômen, foram
socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o
Hospital do Subúrbio, onde seguem internados. O estado de saúde do casal
é estável e eles não correm risco de morte.
De acordo com a Polícia Civil, o pai da criança tem
envolvimento com tráfico de drogas na localidade de Jaguaripe,em
Cajazeiras.Ainda segundo a Polícia Civil, o alvo dos disparos era Luiz.
Apesar da relação com o tráfico, ele não tem passagens registradas.
Segundo assessoria do Hospital do Subúrbio, local
onde os pais e o garoto foram encaminhados, ambos estão com quadro
clínico estável. Jorge Luis já saiu do centro cirúrgico e foi
transferido para enfermaria. Já a mãe está no leito de observação do
hospital; ela não precisou passar por cirurgia. Quatro tiros atingiram o
pai no abdômen, coxa, tórax e torço. Wêneda foi atingida na região do
abdómen. Ainda não há previsão de alta para nenhum dos dois.
ReconciliaçãoA
mãe, que é de família evangélica, teria abandonado a religião há 3 anos
e, logo em seguida, se envolvido com Fuinha. O relacionamento não era
bem visto pelos parentes da moça por causa do suposto envolvimento do
rapaz com o crime. Segundo os parentes de Wêneda, foi por causa da “vida
errada” de Fuinha que a jovem teria saído da casa onde o casal morava
com o filho, em Castelo Branco, e se mudado para a casa dos pais.
“Ela saiu de casa semana passada. Disse que não dava
mais por causa dessa vida errada que ele levava. Ela não gostava
daquilo. Era todo mundo chateado com ela por conta do envolvimento dela
com esse rapaz”, afirmou um parente de Wêneda.
Na noite do crime, Luiz teria ido na casa dois pais
da moça para fazer as pazes com a esposa. Como era proibido de entrar na
casa, por causa das desavenças,ele levou a mulher para casa da sua mãe,
no mesmo bairro, e lá conseguiu convencê-la a voltar para casa.
Depois de fazer as pazes, Wêneda arrumou duas
sacolas grandes com as roupas dela e do filho. Em uma das malas ainda
era possível ver as fraldas do menino. “Ele era querido por todo mundo.
Era danado, muito esperto. Botava o tablet no chão, ligava a música e
dançava. Mas agora está morto. Isso é triste demais”, afirmou um
familiar da vítima.
*Colaborou Thamires Santos, participante da 8ª turma do programa Correio de Futuro
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