O vírus que apresenta sintomas semelhantes aos da dengue e tem assustado a população baiana foi identificado por dois pesquisadores do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (Ufba). O chamado "Zika Virus" atingiu moradores de diversas cidades do estado, a exemplo de Camaçari, Salvador e Feira de Santana.
A descoberta foi feita pelos pesquisadores Gúbio
Soares e Silvia Sardi, após a análise de amostras de sangue de pacientes
de Camaçari, por meio de uma técnica chamada RT-PCR. O Zika Vírus é
transmitido pela picada do mosquito aedes aegypti, aedes albopictus e
outros tipos de aedes.
Segundo Gúbio, o
Zika Vírus causa um quadro muito parecido com o da dengue, em que o
paciente pode apresentar sintomas como febre, diarreia, dores e manchas
no corpo. Porém, este novo vírus é mais fraco e os sintomas mais
brandos.
"Zika Vírus não é tão grave quanto Dengue ou Chikungunya, não
leva o paciente à morte. O quadro parece alérgico, é mais tranquilo e o
tratamento é o mesmo", explica o pesquisador. Além destes sintomas, o
paciente pode apresentar sinais de conjuntivite.
O
Zika Vírus nunca foi detectado no Brasil ou na América Latina. "Quando
você dá um diagnóstico, o paciente já vai mais tranquilo para o
hospital", diz Gúbio. "É muito importante para nosso grupo ter
descoberto este vírus pela primeira vez no Brasil", comemorou. As
pesquisas contaram com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado da Bahia (Fapesb) que disponibilizou recursos através do Programa
de Apoio à Pesquisa para o SUS (PPSUS).
EstudosExames
já haviam descartado que se tratasse de dengue, febre chikungunuya,
rubéola e sarampo. Outras duas viroses possíveis para a doença
misteriosa eram o parvovírus e a roséola. A roséola é uma infecção viral
infecciosa bastante comum, que causa febre e erupções cutâneas (manchas
vermelhas na pele), especialmente em crianças. O parvovírus do tipo B19
também é mais comum em crianças e adolescentes.
No
final de março, a Embasa apresentou relatório que mostra que não houve
alteração na qualidade da água na cidade. Representantes da
Coordenadoria do Meio Ambiente da Secretaria do Desenvolvimento Urbano
(Sedur) também apresentaram dados que demonstram que não foi detectado
nada fora do normal no ar do município nos últimos dois meses.
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