por Fábio Brandt | Estadão Conteúdo
Foto: Divulgação
A
falta de pagamento de um benefício criado em 2013 pelo governo federal
provocou uma união incomum entre categorias de funcionários públicos
que, geralmente, são adversárias em questões corporativas e
sindicais. Aproveitando o período eleitoral, servidores da Receita
Federal, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal planejam um
protesto contra o governo da presidente Dilma Rousseff, candidata à
reeleição, para a próxima quarta-feira (3). Eles pretendem fazer uma
operação padrão para provocar filas nos principais postos de fronteira
do País, como Foz do Iguaçu e Uruguaiana. Policiais e servidores da
Receita reclamam que o governo não lhes paga a indenização de fronteira -
benefício de R$ 91 por dia trabalhado que foi criado em setembro de
2013, mas que ainda não foi regulamentado e, por isso, não começou a ser
pago. Os sindicatos acusam o governo de atrasar a regulamentação para
postergar o benefício e já se organizam para cobrar o pagamento
retroativo. O protesto é patrocinado por associações de categorias que
costumam discordar entre si, como agentes, delegados e servidores
administrativos da PF. O sindicato dos analistas tributários e o dos
auditores da Receita e a federação dos policiais rodoviários federais
também estão entre os organizadores. Em nota, o Ministério do
Planejamento informou que a indenização de fronteira só será paga
"quando o assunto estiver regulamentado", mas que o governo não definiu
um prazo para concluir a redação do decreto, ainda "em discussão". O
ministério afirmou ainda que não deve haver pagamento retroativo do
benefício. As pastas da Justiça e Fazenda não responderam à reportagem.
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